O Painel Especial, programa da GRTV que aborda comodidade, praticidade e conforto, recebeu em sua décima quinta edição o professor de Direito do Consumidor, Ricardo Morishita, e o presidente da Fenseg, Antônio Trindade. Durante o bate-papo, que é conduzido pelo jornalista Paulo Alexandre e conta com participação do consultor econômico, Francisco Galiza, os convidados trouxeram um resumo dos painéis da Conseguro relativos ao tema “Seguro Auto e Proteção Veicular”.
Realizado pela Confederação Nacional das seguradoras (CNSeg), o Conseguro é o maior evento do mercado segurador. Sua décima edição contou com cerca de mais de 6 mil inscritos, 100 palestrantes e 26 painéis em sua programação. Foram cinco dias de evento baseado no tripé, transformação digital, futuro do trabalho e wellness (“bem-estar”). O tema da conferência 2021 foi “Inovando com o mercado e com você”. Dada a relevância do evento, a produção da GRTV produziu uma série de 8 programas sobre os assuntos discutidos nas palestras.
Em suas considerações iniciais, Galiza explicou que o painel de Seguro Auto Proteção Veicular abordou quatro pontos: proteção veicular e associações; Susep acompanha a situação; pouca informação ao consumidor; importância dos corretores. Já o segundo painel comentado pelo consultor tratou da flexibilização das normas dos produtos. “Dois pontos me chamaram a atenção nesse painel. Um deles é que essa iniciativa da SUSEP foi bastante elogiada, embora ela não vá proporcionar um incremento excepcional. De qualquer maneira, é positiva e irá resolver algumas demandas do consumidor. O segundo é que não se pode iludir, os efeitos nesse caso não são plenamente imediatos. Vai demandar um tempo de adaptação do mercado e do consumidor”, afirmou.
Sobre o futuro do mercado das associações de seguros, Morishita defende a importância de se ter uma legislação federal que regule nos termos já existentes do Código Civil e traga exatamente essas novas atividades para o âmbito dessa estruturação jurídica. “Quando a gente pensa na segurança de uma legislação nacional, sobretudo estamos pensando na possibilidade de que esse tema seja bem debatido no Congresso, que as regras que são aplicadas às seguradoras hoje tenham um propósito e sejam também alcançadas por essas outras atividades que, no final das contas, são o mesmo objetivo da atividade seguradora, especialmente no caso de veículos”, ponderou.
De acordo com o entrevistado, no âmbito internacional se verifica que essa atividade é desenvolvida em várias outras possibilidades, mas o que existe em comum é que ela é regulada, traz a questão da solidariedade e endereça a questão da finalidade lucrativa. São três elementos existentes em todo o mundo, principalmente nos mercados em que isso se desenvolveu. “Não há razão para que o Brasil fique fora desse contexto. Legislar é importante, traz segurança jurídica e desenvolvimento para o mercado e para os consumidores. A garantia de regra, a objetividade e a segurança protegem a todos”, salientou.
Sobre os principais ganhos desses Novos Produtos, Ricardo, Trindade revelou que sua expectativa é de que com as novas regras para o setor de seguros de automóvel, e a liberdade conquistada pra se montar produtos diferentes dos tradicionais, novas opções que caibam no bolso das pessoas irão surgir, principalmente aquelas que têm veículos mais antigos, que não tem como comprar uma proteção securitária e acabam na mão das associações. “Acredito que teremos uma variedade maior de produtos diferentes, com redes credenciadas, peças usadas, coberturas diferenciadas e franquias para perda total”, projetou.
Segundo Trindade, existe um outro grupo de seguradoras que estão trabalhando hoje na área do sandbox que vem para explorar também o seguro de automóvel, dada a nova flexibilização de regras para essa carteira. Sendo assim, espera-se que o ramo tenha muitas novidades e, consequentemente, aumento de faturamento. “Mas hoje acho que o principal driver não é o aumento de faturamento. É exatamente poder disponibilizar para esses consumidores que hoje são mal assistidos. E isso é um ganho importante para o desenvolvimento do nosso mercado e para combater essa turma de associação também”, concluiu.